Bom, eu não sei por qual razão decidi começar a escrever,
mas basicamente falando, é pra registrar minha curta passagem pela Pledis Entertainment.
Curta? Isso mesmo e já explico o porquê.
Meu nome é Anastásia Blanco, sou inglesa de origem, mas já
morei em algumas tantas partes do mundo a trabalho ou lazer. Tenho 30 anos e
atualmente estou na Coreia do Sul.
Em um belo dia de passeio qualquer pelas ruas de Seoul, me
deparei com a Pledis. Só não imaginava que minha passagem por aquela rua iria
gerar um emprego “relâmpago” e dinheiro suficiente pra que eu me virasse, até
meu espirito cigano gritar novamente.
Mandei alguns tantos currículos e pedi indicações até pra
podre recepcionista que fiz amizade nos últimos meses, até que fui chamada.
Seria staff de um grupo da gravadora por seis meses, e depois só Deus sabe o
que aconteceria comigo.
Bom, um dos requisitos que me fizeram ser contratada era a
facilidade com a qual eu me adaptava aos locais e o idioma. Mas algo me chamou
a atenção durante a entrevista: o famoso português. Português Brasileiro. Qual
seria o interesse de coreanos pelo o português das terras tupiniquins?
Cheguei a Pledis e me deparei com uma movimentação enorme no
local. Pessoas muito bem trajadas e serias passavam por mim, enquanto eu me
mantinha na boa e velha calça jeans e camisa social branca. Avistei ao longe a
coreana de corpo pequeno atrás de um balcão que a me ver, abriu um sorriso
enorme.
- E aí? – Soo-Yun perguntou de forma ingênua. Ok, esqueci-me
de dizer a ela. – O que veio fazer aqui?
- Meu primeiro dia de trabalho! – rebati e um sorriso se
formou em meu rosto ao ver seu semblante surpreso. – Bom, preciso ir. O que tem
no andar 5º
?
- Pegue o elevador e descubra. – ela rebateu, voltando-se
para o computador a sua frente. – Já que você não me contou que foi contratada,
também não irei facilitar pra você.
- Ai, que maldade a sua! – exclamei aos risos e ela não se
conteve. – Juro que no horário de almoço, pago o seu Kimchi.
- Isso é jogo baixo... – ela murmurou e em resposta, segui
até o elevador sem nem ao menos me voltar a ela.
Nervosismo? Não, nenhum. Acho que depois de tantos lugares e
empregos, fiquei calejada. Não me sinto mais aquela sensação de que poderia
roer todas minhas unhas somente com um olhar do meu chefe.
Apertei o botão do elevador e aguardei alguns minutos,
minutos esses que fizeram que surgissem ao meu lado mais três homens e uma
mulher que também esperavam de forma ansiosa o cubículo que nos levaria aos
nossos destinos.
5º andar, o ultimo em que o elevador iria parar. Já que os
andares 2º e 3º foram selecionados também. Algo igualmente parecido em todos os
lugares que passei é o tal desconforto dos elevadores.
Eu não sei vocês, mas me sinto horrivelmente mal quando não
estou sozinha naquele espaço. Dividir meu ar com alguém que não conheço em um
cubículo não é algo muito interessante. Pelo menos não pra mim.
5º andar. Finalmente cheguei! E bom, o andar é bem arejado e
claro, com algumas poucas salas distribuídas pelo o local e uma espécie de
recepção de frente ao elevador.
Uma coreana de cabelos claros estava sentada ali, atrás do
balcão, entediada como qualquer outro funcionário que já cansou de jogar
paciência no computador e não sabe mais o que fazer.
Me aproximei de onde ela estava e quase me assustei com sua
mudança de postura repentina. Minha amiga, nem adianta fingir que tá
trabalhando. Já te peguei quase dormindo.
- Bom dia. Anastásia Blanco, provavelmente estão me
esperando. – exclamei sem pausas.
- Ah, sim. – ela rebateu, levantando-se e seguiu até o meu lado.
– Vem comigo.
A moça seguiu a minha frente em passos lentos, enquanto eu
observava tudo ao meu redor. O local é bem arrumado, com moveis claros em sua
predominância. Algo que se seguia as paredes e chão. Nada tão exagerado, e nem
mesmo aquele branco intenso que te perturba a visão em certo momento. Tudo
claro, mas em tons diferenciados.
Final do corredor, uma porta, e ao ser aberta, uma sala
enorme, com pessoas andando pra todos os lados. Agitadas enquanto, tudo ali
acontecia.
Arara com roupas eram carregadas pra lá e pra cá. Alguns
tantos outros surgiram com equipamentos de sons e microfones e ainda tinha
aqueles que cuidavam da alimentação.
- Meu Deus, isso aqui é uma loucura. – sussurrei, olhando
pra todos os lados e não encontrei sequer uma das pessoas ali parada.
- Bom. – a garota ao meu lado chamou minha atenção. – Aquele
ali é Bon-Hwa, e é ele quem está te esperando.
Consenti em silencio e observei a moça se distanciar de onde
eu estava. Ok, meu chefe é bonitão. Um coreano alto, de cabelos pretos e não
muito magro.
Comecei a seguir em passos lentos e de vez em quando era
surpreendida por uma arara de roupas que surgia de algum lugar, e pedidos de
desculpas disparados pra todos os lados. Depois de alguns segundos de batalha
em meio a um “trânsito”, me aproximei do homem que me olhou completamente
curioso.
- Bom dia, Sou Anastásia. – exclamei e ele acabou sorrindo
em resposta. – O senhor deve ser Bon-Hwa?
- Sim, Anastásia. – ele rebateu, voltando-se a algumas peças
de roupas em cima do sofá a sua frente. – Mas na verdade, tem mais algumas
pessoas que você teve conhecer. Acho que te falaram o seu trabalho, certo?
- Me disseram que serei staff de um grupo. – exclamei e após
sua permissão peguei uma das roupas em cima do sofá.
- Sim, mas sua função especifica é ser tradutora do grupo. –
ele rebateu e eu voltei minha atenção a ele. – Grupo esse que já chegou.
Bon-Hwa olhou na direção da porta e o segui com o mesmo
gesto, me deparando com cinco garotos entrando na sala, chamando a atenção de
todos e os cumprimentando de forma cordial e discreta. Cada um tinha seu
próprio estilo, e tem um que parece uma menina...
- Bom. – coreano ao meu lado exclamou, enquanto eu me
mantinha concentrada em analisar os meninos a minha frente. – Esses são Ren,
Minhyun, JR, Aron e BaekHo. NU’EST!
O silêncio predominou naquele instante, enquanto eu tentava
assimilar a imagem de cada um deles.
Texto: Denn
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